quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Viver

Alguns dizem que sou nostálgico, ainda mais depois do último texto onde revelo minha admiração pelo mundo velho. Pois bem, esta semana estava assistindo alguns vídeos no You Tube e comecei a procurar canções que marcaram minha infância. Dentre várias que encontrei, a que mais me emociona é do nosso saudoso profeta e poeta Sérgio Pimenta, entitulada "O que me faz viver". Neste mesmo dia encontrei uma música muito interessante chamada "Ouro de Tolo" do famoso Raul Seixas. Nesta música Raulzito, como assim o chamam seus admiradores, demonstra sua decepção com a vida que vive. Neste trecho da música ele diz: "Eu devia estar contente Por ter conseguido Tudo o que eu quis Mas confesso abestalhado Que eu estou decepcionado..."
Nota- se que Raul se encontra com as maiores riquezas, conseguiu tudo na vida, mas depois de conquistar tudo isso, se encontra grandemente decepcionado. Muitas vezes somos cristãos estilo Raul Seixas, que passam grande parte da vida buscando valores desta vida, riquezas materiais, carros, casas , conforto. Muitas vezes vivemos a procurar tanto estas coisas, que chegamos imaginar que isso nos trará a felicidade. Somos Cristãos que alicerçamos nossa fé naquilo que Deus pode nos dar neste mundo e esquecemos que ele já esteve neste mundo e nos deu o que mais precisamos. Volto dizer que precisamos encontrar o verdadeiro sentido do Evangelho, pois só assim deixaremos de ser cristãos estilo Raul Seixas. Se assim não fizermos terminaremos consequentemente decepcionados, olharemos para tudo aquilo que conquistamos com tanta luta e veremos que de nada adiantou, nada disso te traz a sua essência, por isso é tão frustrante.
Ed René Kivitz diz, que nesta vida, depois de aceitarmos a Cristo, o céu é a última coisa que devemos nos preocupar, pois o mesmo já é certo para nós. Na verdade nossa preocupação tem que ser em como viveremos nossa vida neste período. Pois é nele que podemos testemunhar do grande amor de Deus. E acho que era nisso que Sérgio Pimenta pensava quando escreveu a música citada acima. Sérgio diz com palavras simples que o que lhe faz viver, vai além da lógica, é maior do que a amplitude cósmica. O autor pegou todos os limites da ciência, ou seja, o céu e o pensamento e disse que o que lhe faz viver é bem mais amplo que podemos imaginar. Sérgio entendeu muito bem, que nada nesta vida é maior que o Amor de Deus e o plano para a salvação do homem.
Meus amigos, não dá para dizer que não tenho saudades do mundo velho. Tenho saudades de um tempo onde se entendia que os valores cristãos estão em Cristo. Parece tão óbvio (cristãos/Cristo), mas para algumas mentes não é tão óbvio assim.
Caros, não me conformo com quem prega que devemos ser ricos, e que devemos cobrar isso de Deus. Não me conformo com quem prega que somos príncipes e princesas. Não me conformo com quem canta que somos Midas, pois onde eu colocar a minha mão prosperará.
Não! Chega! Sua vida é mais que isso! Sua vida foi pensada bem antes de tudo isso existir. Lembre-se de Paulo em Atos 20:24 que diz que em nada considera sua vida mais preciosa, contanto que pregue a palavra de Deus. Lembre-se de Mateus 16:24 Que quem quiser seguir a Jesus, deve negar -se a si mesmo! Lembre-se mais uma vez de Atos 14:19_28 onde Paulo mesmo depois de apedrejado, exorta seus discípulos a continuarem firmes , pois o mais importante é entrar no reino de Deus.
Essa é a nossa riqueza, é olhar ao redor e ver que recebemos de Deus a salvação,e não conseguirmos nos sentir decepcionados.
Não seja um Cristão Raul Seixas, seja um Cristão Sérgio Pimenta!
Aquele Abraço!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Admirável mundo velho

Como eu admiro o mundo velho!
Certa ocasião conversava com alguns amigos e em certo momento um deles, por algum motivo me relembrou o texto do Evangelho Segundo João 21 a partir do versículo 15 onde Pedro é interrogado por Jesus sobre seu amor para com o Mestre. O interessante é que quando Pedro responde que o ama, Jesus manda que ele apascente suas ovelhas.
Quem sabe, Jesus não poderia dar outra resposta do tipo: Se você me ama, jamais sofrerás, ou terá as maiores riquezas da Terra, ou será o mais poderoso dos homens...Mas Jesus ao invés de premiá-lo por causa do seu amor, lhe deu uma tarefa de poucas palavras, porém de enorme responsabilidade.
O morrer de Jesus, faz parte do plano da salvação, e naquele momento, cabia a Pedro a divulgação e manutenção de tal fato.
Como disse no início, é por isso que admiro o mundo velho. Porque Pedro recebeu tal tarefa e foi até o fim.
Querido, para ir até o fim, precisamos amar muito Jesus, precisamos entender verdadeiramente para que causa foi sua vida e morte. Só amando Jesus conseguimos caminhar na contra mão do mundo.
Tenho uma enorme resistencia com alguns cliches que são ultimamente usados. Vou destacar o mais famoso que diz: "Eu tenho a marca da promessa !"
O sujeito tem em sua mente que marca da promessa é uma regalia, uma vantagem que ele tem sobre os outros...Sendo assim eu imagino que este Ser não quer que todos sejam alcançados assim como Jesus pediu, pois se for assim, sobre quem ele terá vantagem?
Marca da promessa, Pedro aceitou ter quando disse que amava Jesus. Ter a marca da promessa é amar Jesus incondicionalmente e saber que sofrerá por isso. Marca da promessa é saber que neste mundo teremos aflições.
Mas o sujeito continua achando que pode entrar numa multinacional e dizer:" Me dá um emprego, porque eu tenho a marca da promessa, e você não pode me impedir, pois estou decidido!"
Por isso admiro o mundo velho, pois naquela época acreditava-se que o maior requisito para seguir ao mestre era o amor, e no mundo novo é o interesse.
Mas nada me adianta ficar aqui sentado resmungando sobre assuntos que vocês já sabem!
A maior questão hoje, é como mudaremos este fato, uma vez que já detectamos seu erro?
Hoje, se levanta uma geração de revoltados, pessoas que não querem ir para a Igreja, que são decepcionados com a Instituição e não vêm nela eficácia para mais nada.
Sei muito bem disso, já passei por esta fase e hoje digo que deve -se haver um meio termo. Ou seja, pessoas que não se conformam, mas que amam a Instituição. Realmente, as instituições engessaram algumas práticas e pensamentos. Certamente preocupa-se muito mais com a estrutura física e eclesiológica que com os que se encontram, tristes abatidos e doentes na alma. Não posso negar que passamos muito tempo debatendo questiúnculas que realmente o Evangelho. Devo admitir, não arrogante ou messianicamente, mas devo admitir que precisamos nos resignificar enquanto agencia do reino de Deus, pois é tão grande nossa inércia, que ha muito tempo já não ganhamos almas, e estamos começando a perder aqueles que já andavam com Cristo.
A missão que Pedro recebeu quando admitiu seu amor por Jesus, é também nossa missão! Ou você está aqui por outro motivo?
Devemos nos amar, nos cuidar, apascentar uns ao outros!
Falo da Igreja, pois nasci nela e fui criado nela! Sei que devemos mudar e não sou o único que sabe disso. Mas para que haja mudança na Instituição, precisamos mudar nossos pensamentos. Paulo nos orienta a sermos racionais e inconformados!(Rm 12:2)
Precisamos trazer de volta, o admirável mundo velho!

Aquele Abraço

sábado, 28 de novembro de 2009

O legítimo se tornou genérico

Considerado um dos maiores escritores do século, C. S. Lewis escreveu "Cristianismo puro e simples" . Estou a cada dia mais fascinado pela simplicidade que Lewis trata o Evangelho.
Ontem quando voltava do trabalho, como estava em pé dentro do ônibus não pude continuar lendo tal obra, sendo assim, quando dei por mim estava refletindo sobre a leitura quando de repente me veio uma máxima: " Este livro trata do evangelho muito genéricamente...". Mas graças ao bom Deus, instantes depois comecei a crer que não era bem assim.
Se o versículo 16 do Terceiro capítulo do Evangelho de João é considerado o texto áureo por se tratar do amor de Deus para com a humanidade, creio que o caminho de volta se encontra em Mateus 16:24, onde este mesmo Deus já em forma de humana, afirma que se esta humanidade quiser o seguir terá que abrir mão de algumas coisas "humanas".
Estes dois versículos tratam com simplicidade sobre as maiores premissas do evangelho, afirmam que para sermos alcançados pela graça expelida no maior sacríficio que o Mundo já presenciou, devemos realizar o maior sacrifício que só você e Deus podem presenciar. O sacrifício do Eu.
Mas nós, os cristãos acrescentamos tantas coisas ao evangelho com o passar dos tempos, que ha muito tempo ele deixou de ser puro e simples!
Lembro-me das passagens do novo testamento onde Jesus caminhava descalço a ensinar para as multidões e hoje os pastores vestem ternos de milhares de Reais.
Lembro-me das passagens do novo testamento onde Jesus alimentava multidões operando milagres com SEU poder multiplicando pães e peixes e hoje os líderes disputam qual igreja tem operacionalidade maior de milagres.
Lembro-me das passagens do novo testamento onde Jesus desfazia mitos em nome do amor e hoje vejo pastores dizendo que seu suor é sagrado.
Lembro-me das passagens do novo testamento onde Jesus expulsava os mercadores do Templo e hoje os mercadores mantêm as igrejas.
Lembro-me das passagens do novo testamento onde Jesus dizia para não ajuntarmos tesouros na Terra e hoje o que mais faz sucesso entre os cristãos é a tal teologia da prosperidade.
Lembro-me dos testemunhos onde nossos irmãos da Igreja Primitiva cultuavam em catatumbas para não serem descobertos e consequentemente mortos e hoje não quermos sair dos templos, só para ficarmos no conforto do ar condicionado.

Analisando alguns destes pontos posso concluir que de tantas futilidades atreladas ao Evangelho, o que na verdade era legítimo em sua simplicidade se tornou genérico em nossas superficialidades.

Aquele Abraço!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O Evangelho é gratuito, mas pode lhe custar a vida

Li esta frase em uma leitura que estou fazendo de uma das melhores parcerias academico-teológicas que já vi! Norman Geisler e Frank Turek juntos escrevem o sensacional "Não tenho fé suficiente para ser ateu".
Nesta obra, Turek e Geisler usam o caminho da verdade científica, provar o valor do Teísmo e suas premissas como verdadeiras, trazendo para bem próximo a lei da não contradição de Aristóteles que diz que algo não pode ser e não ser a mesma coisa ao mesmo tempo. Gostei disto porque é um argumento anti pós moderno e legitima a verdade de Jesus Cristo como única.
Os autores citam tal frase no momento em que afirmam que muitas vezes não adianta provar algo para alguém, se o mesmo não quer acreditar em tal afirmação. É o chamado volitismo. Deus deseja que sejamos racionais e não volitistas, pois podemos o ser para ambos os lados. Posso ser ateu e ter todas as bases do evangelho comprovadas, mas optar em ser ateu por volitismo, simplesmente porque quero. Assim também como posso ser "crente" apenas por que quero, mas em Romanos 12:2 diz que devemos transformar a nossa mente, o nosso raciocínio. Muitas vezes quando vemos alguém novo na fé, podemos observar que o mesmo tem a necessidade de mudar seus hábitos exteriores, e sua maior dificuldade é mudar seu interior. Mas quando fazemos o sentido contrário, ou seja, da mente para o corpo, todas as mudanças são consequentes. É importante observar, como vemos novos na fé com 30 anos de "igreja".
Para falar da gratuidade do Evangelho, não preciso ir longe, vou bem perto de você de mim. Quem deveria estar lá na cruz, éramos nós, você e eu e não Jesus. Mas o que mais ouvimos dizer quando se fala de sentimento é que Amor não se compra! Bela máxima, mas por amor O Pai nos comprou, como afirma o versículo áureo do Evangelho em João 3:16 Que Diz: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". Amor gratuito oferecido pelo Pai a toda Humanidade. Mais uma vez eu me valho da máxima: Amor não se compra. Deus nos deu Jesus, sua maior prova de amor. Lá em Isaías 53:5 já era confirmado o que Jesus faria por nós: "Mas ele foi transpassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades: o castigo que nos traz a paz estava sobre ele,e pela suas pisaduras fomos sarados". Ou seja neste versículo o profeta afirma que aquilo que nos prenderia, ou seja, nossas transgressões, foram castigadas nele nos trazendo paz.
Muito bom é saber que Jesus fez tudo isso por nós, sem cobrar nada, apenas por amor, apenas pela beleza de sua infinita misericórdia.
Creio que como Igreja deste Salvador, temos a necessidade de divulgar tal história, tal evento que uma vez conhecido por alguém, sua vida jamais será a mesma. Paulo e um enorme número de pessoas lá nos primórdios do Evangelho tomaram sobre si tal responsabilidade e é aí que eu quero chegar!
Jesus já havia avisado em Mateus 16:25, que quem quiser salvar sua vida perdê -la- a. E isto é uma grande verdade, não temos como negar!
Na época da Igreja Primitiva, os Cristãos eram sinônimo de Caça. Perdiam sua vida como um animal qualquer, por declarar que Jesus é o Senhor. Os Heróis da fé, muitos deles foram crucificados como Jesus, perseguidos até a morte e apedrejados. Cultuavam em catatumbas e mesmo assim amavam a Jesus e por incrível que pareça, apesar de toda luta, eram felizes por servirem a cristo e conhecerem seu ideal.
E lá em Filipenses, Paulo afirmou que para ele, morrer seria lucro!
Meus amigos, quem hoje seria capaz de dizer isso por Jesus? Quem de nós afirmaria que seu viver é Cristo, e que morrer é lucro?
Pós modernidade, a era do Ego inflado, o eu, o ser humano como universo "egocentricamente" particular, sem desejo algum de compartilhar algo com alguém.
Servir a Cristo, é deixar você mesmo como último plano, suas vontades, seus sonhos, seus desejos, sua carne que te mata a cada dia...
O morrer de Paulo trazido a nossa conteporanedade, não é mais o morrer físico, é o seu morrer carnal, individual! Preciso morrer para mim mesmo! Como posso ser templo do espírito Santo, se o único deus que habita em mim sou eu mesmo?
Devemos ser loucos como Paulo e seus amigos...Andar na contra-mão, e andar na contra mão é saber que certamente haverá um ou mais choques, é verdadeiramente bater de frente com tudo que você já viveu até hoje! É pregar a si mesmo na cruz.
Como poderemos ser um canal do fluir de Deus se estamos obstruídos por nós mesmos?
Por isso digo que tal frase, não é meramente clichê, mas uma rica e dolorosa verdade...
O Evangelho é gratuito, mas pode lhe custar a vida!

Aquele Abraço

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O Reino de Deus em franca expansão

Ai meu Deus do céu!
Acho que não existe frase mais expansiva e abrangente que essa.
Afirmo isso, pois todo ser humano é um universo particular, Deus é Deus e o céu é o limite!
Para argumentar sobre o título, uso o grito do mais profundo de minhas entranhas quando vejo o Deus abrangente e expansivo do céu emparedado dentro das Igrejas!
Quem foi que disse que Deus só age dentro das Igrejas nos cultos de Domingo? Quem te contou que as organizações eclesiásticas também organizam o agir de Deus?
Eu não aguento mais estar todos os Domingos nos templos admirando as mesmas faces.
Realizamos congressos, acampamentos, cultos de aniversários de departamentos,ministérios e organizações da Igreja e vemos isso como as atividades mais importantes de nossa vida cristã.
Ensaiamos músicas, encenações, participações diversas...Para quem?
Quem além de nós mesmos assiste tudo isso? Enchemos nossos pulmões de ar e o soltamos em alta voz dizendo: Glória a Deus!Isso tudo é para ele!
Acho que nessa hora Ele ri da nossa cara e pergunta: Pra mim?
A graça que eu concedo à vocês é tão boa, tão transformadora. regeneradora que vocês não querem dividir!
Se minha postura é reprovável me sinalizem, pois é triste ver a agência do reino de Deus se transformando em um clube social. Uma sociedade em que um analisa o outro moralmente, finaceiramente,sentimentalmente e a partir da performance do indivíduo dentro de cada uma destas" habilidades", podemos mensurar sua intimidade com Deus!
Chega!
Não enxergo Jesus vivendo assim. Não enxergo Jesus pregando entre quatro paredes...Meus amigos, como é que iremos pregar o evangelho para toda criatura se não saímos de dentro de nossas congregações, se só nos preocupamos sobre que tipo de opinião a "igreja" terá sobre determinado assunto ou outro tocado na assembléia?
Precisamos expandir!Precisamos alcançar vidas!
Enquanto estou aqui registrando minha insatisfação, alguém poderia estar ouvindo a palavra de Deus!(e eu continuo aqui)
Não me conformo com a Instituição, mas também não a abandono. Entendo que podemos melhorar, precisamos melhorar!
A criação geme pela nossa manifestação, mas creio que anteriormente a isto, precisamos nos sentir parte deste reino para podermos nos manisfestar com propriedade!
Estamos aqui para isso!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Verdades?

Escrever é um exercício do pensar. Faz tempo que não escrevo, mas isso não quer dizer que tenho pensado pouco, mas justamente pelo contrário, ando pensando demais e por isso precisei de determindao tempo para arrumar tais devaneios.
Minha última publicação traz um conteúdo um tanto quanto resolutivo de uma crise. O título é sugestivo, fala sobre crise e naufrágio, trazendo intercessões entre minha vida e a de um personagem chamado Chuck Nollands, o Náufrago. Durante todo o texto comparo minha crise com a história relatada no filme, afirmando que não sabemos o que a maré pode nos trazer.
De uns meses para cá, comecei a ler alguns autores adeptos do Teísmo, como C.S. Lewis, Ed René Kivitz entre outros. Identifiquei-me com algumas premissas, posso até afirmar para você, que dizer que um estupro de uma inocente numa esquina de São Paulo, não pode ser atribuída a vontade de Deus, pois assim o mesmo retiraria a culpa do criminoso. Mas também creio que Deus não está sentado em trono distante e omisso a ponto de não impedir que nada disso ocorra e ao mesmo tempo, não retiro do ser humano a parcela de culpa pelos males que permeam nossa sociedade mediante nosso livre arbítrio dado pelo Criador.
Depois de algumas meditações e vivências neste tema, pude perceber que coisas ruins acontecem a pessoas "boas". Doenças, desemprego, divórcio, acidentes e todos os tipos de males que afetam a humanidade, também podem atigir a nós (filhos de Deus). Dentro desta análise pude compreender que é preciso realmente entender aquilo que o Mestre disse: "No mundo tereis aflições..." Ele avisou! Bobo é quem se auto denomina Príncipe e Princesa...Somos todos filhos de Deus. Todos! A diferença está em quem caminha ou não com Ele.
Quando se caminha com Deus, ainda que não se veja a finalidade, você sabe que ela existe, sabe que Ele está com você, e por isso confia e assim descansa, e não toma atitudes desesperadas, pois só as toma, que não tem esperança, pois esperança e desepero, cada um a seu país são estrangeiros um do outro. Por isso digo que Deus não é omisso, pois não dá para ser omisso e andar junto contigo. Devemos concordar. Ele também é justo, não atribuindo a si a culpa do estupro, pois por mais doente que o estuprador seja, ele precisa ser julgado, sendo assim, mais uma vez digo que Deus não é omisso. Deus também não pode pagar, por algo de minha natureza, ou seja a liberdade, e mais vez digo que ele não é omisso, pois Ele nos diz o que é certo ou errado.Ou você não sabe distinguir isso, mesmo sem nunca ter lido a Bíblia?
Crendo desta forma, afirmo que estamos sob um propósito tremendo. E que mesmo sem saber o que vem pela frente, mesmo com a visão turva, mesmo com os pensamentos emaranhados, sei que existe um Deus que raciocina, um Deus que me respeita, um Deus que me conhece e se relaciona comigo. O melhor de tudo isso é saber que ele não trata a humanidade como seu brinquedos. Deus me deixa duvidar até mesmo de sua existência, por várias e várias vezes. Isso é que me fascina Nele, pois seria muito fácil fazer aquilo que é bom para cada um, ou até mesmo eliminar o mal do meio da humanidade se é tão poderoso quanto dizes. Mas se tudo está assim, é porque nós mesmos criamos tal pano de fundo. Afinal, nenhuma guerra, nenhuma intolerância é mandamento de Deus, mas fruto da mentalidade e pequenês humana. Então se Deus eliminasse tudo isso, varreria também a humanidade, pois mesmo em um mundo pluralista, pós- moderno etc, no final das contas continuamos absolutos em nossas crenças até quando afirmamos que nenhuma crença é boa, estamos embasados em alguma.
Ou seja, precisamos reconstruir a ética, resignificar algumas Instituições e apontar a direção para um caminho menos perigoso e perder menos tempo procurando de quem é a culpa, mas buscando soluções mais cabíveis ao nosso Ser Humano, á nossa vontade e a vontade Dele.

sábado, 4 de julho de 2009

Entre a crise e o naufrágio

Faz tempo que não escrevo. Fiquei durante este período, pensando como iria relatar minha experiência de uma maneira eficaz e compreensível.
Deste modo devo afirmar que nesta vida toda lógica é falha. Decidi portanto me agarrar no pensamento humanamente ilógico de Deus.
Como todos sabem, sou educador e me considero um filósofo nato, pelo meu modo de pensar e viver a vida. Penso logo existo é o meu lema e não costumo me conformar com idéias prontas.
Gosto de questionar a vida, seus padrões, valores morais e éticos, práticas e costumes e percepção do cosmo. Penso na relevância de algumas situações e suas consequências. Como Cristão acredito na Bíblia e como filósofo creio que a mesma é e contem a palavra de Deus. Sou herege pelo ponto de vista crítico em relação aos dogmas de uma moral cristã contaminada por algum tipo de esvaziamento ético de Cristo e certas invasões hipócritas de pensamentos levianos e irresponsáveis de alguns pseudo-líderes que encontramos por aí.
Sendo assim, não poderia deixar de afirmar que sou apenas um ser humano, cheio de dúvidas, ansioso, inseguro e dependente de Deus.
Lendo a Bíblia, aprendi e observei em Moisés o que é ser dependente de Deus, quando o mesmo afirma que se a presença de Deus não estivesse com ele, que o Senhor não o fizesse subir. Aprendi também que maldito é o homem que confia no homem (em si mesmo, eu afirmaria).Mas como diria Ed René Kivitz, "Na prática a teoria é outra".
Em tempos de crise, conclui pragmaticamente algo que ouço desde criança,aprendi que preciso ser dependente e confiante em Deus, e que somente Ele pode resolver minhas dúvidas e acertar meus caminhos. Aprendi mas não pratiquei.
Sendo filósofo, quis abandonar a Filosofia(como se pudesse), como educador, desisti de ensinar. Busquei para mim, e em mim soluções para sair de minha crise. Encontrei as soluções, arrumei tudo, modifiquei minha vida, tracei novos rumos e novas metas. Me conformei com meu bocado e fui pro meu canto pedindo que me respeitassem, que me deixassem em paz com minha decisão, criei até uma frase: "Quem vive de sonho é padeiro". Seria cômico se não fosse trágico. Mas lá no fundo, bem no fundo eu estava infeliz. Todas as noites eu colocava a cabeça no travesseiro e pensava num Paulo que não era eu. Pela manhã olhava no espelho um homem vazio de seus ideais, mascarado e vendido, usurpado e corrompido por uma suposta mudança que ainda não havia feito minha cabeça. Dia após dia deixei meus livros pra trás, pois não me considerava digno de le-los outras vezes embora minha alma os tivesse decorado. Me sentia com o corpo em lugar e a mente em outro. Mas a lógica capitalista me dizia que eu devia seguir me corrompendo, me vendendo e desistindo de mim mesmo. Foi dentro do olho deste furacão que Deus agiu comigo parecidamente com o personagem do filme "Náufrago". Deus me deu uma vela, para que eu construísse meu barquinho. Hoje estou em cima dele. Mesmo que ainda precariamente, continuo navegando sentido aos meus sonhos, sonhos que o meu Deus não permitiu que eu desistisse. Confesso que a viagem está sendo longa, cansativa, as vezes, meu barquinho quase quebra, mas aprendi que se Deus deu a vela, é porque o vento existe e que quem vive de sonhos não é só o padeiro, mas Deus! Pois percebi que foi ele quem os introduziu em meu coração e que não permitiu que eu desistisse, desafiando toda minha lógica humana.
Posso analisar, contudo que se eu tivesse realmente deixado meus planos nas mãos Dele desde o início, talvez eu já estivesse chegado na praia. Mas a principal lição é: Confiar em Deus, é não confiar em si mesmo, pois enquanto quisermos dividir o espaço com Deus, não deixaremos a vontade para agir em nossas vidas.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A Manifestação dos filhos de Deus II

Já escrevi anteriormente sobre a manifestação dos filhos de Deus. Hoje volto a abordar esta temática, pois se faz relevante ao menos a minha mentalidade cristã. Mesmo tratando da minha mentalidade cristã, jamais deixaria de compartilhar. Na Sexta-Feira conversei com um Pastor que compartilhou comigo uma tristeza muito grande em seu coração ao ver um homem em seu leito de morte. Este Pastor em seu relato, movido de íntima compaixão por aquele homem e sua família, deixou escapar algumas insatisfações com a postura do povo de Deus em relação aos pobres, aos doentes, aos perdidos e todo aquele tipo de gente que costumamos deixar de lado.
Eu creio com a fé firmada em meu Salvador, que o Povo de Deus, foi escolhido e eleito para levar ao Homem aquilo que recebeu mediante a Graça que o alcançou. Fico pensando que agora, enquanto estou sentado a frente de meu computador digitando este texto, pessoas estão chorando por seus queridos a beira de uma sepultura, mães procuram seus filhos desaparecidos, moradores de rua são banalizados por nós e por nossos governantes e que moribundos agonizam em seus leitos e posso afirmar que alguns não verão o final deste dia. E eu, continuo aqui, escrevendo sem fazer nada, sem ter compaixão de nenhum destes.
Na minha opinião, nós enquanto filhos de Deus, não estamos nos manifestando como deveríamos. Aquela canção que me refiro no último texto sobre tal manifestação diz: " A Criação geme pela manifestação dos filhos de Deus." E nós estamos todos os Domingos nos manisfestando DENTRO dos templos. Amados temos que nos libertar da mentalidade de Igreja como um fim e resignifica-la como um meio, um instrumento propagador de graça e verdade transmitidos pelo Evangelho.
Meu irmão querido, a criação geme: A beira da morte, o agonizante busca até o último momento, o sentido para sua vida. Sentado a beira de um meio-fio, um mendigo busca a resposta para tal situação. Nas esquinas da vida, as prostitutas, os travestis buscam a verdadeira paz. Ou seja, o gemido ecoa, mas nós não escutamos simplesmente porque confundimos o Reino de Deus com trabalho eclesiástico e ao invés de nos manifestar como proclamamos na canção, preferimos nos cansar com as reuniões de ministérios, ensaios e participações especiais nos cultos e ao final do dia dizer que cumprimos nossa parte no Reino. Seria cômico se não fosse trágico!
Não sou contra a eclesia, mas sim a favor de um evangelho consistente, que não se prende a paredes e instituições. Sou a favor de um Evangelho andarilho que busca os perdidos, que caminha em direção dos necessitados e lhes estende a mão!
Ainda há tempo para mudarmos, ainda existem vidas que precisam de nós! Vamos romper com as barreiras do egoísmo e compartilhar a vida que Ele deu para a Humanidade através da cruz. Jesus morreu por TODOS e é nosso dever fazer com que isso seja vivido por toda a criatura. Esqueçamos os presentes, as dádivas, as promessas que buscamos DENTRO da igreja todos os Domingos. Benção maior, dádiva maior e promessa maior de Deus para nós é sermos canal de seu fluir para o mundo!
Sejamos atentos ao gemido da criação!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Tempo de Deus

Recentemente fui chamado de Xiita, devido meu radicalismo. Creio não ser tão radical assim, costumo dialogar bastante, estudar bastante e pesquisar ainda mais. Quando me peguntam sobre céu e inferno, costumo responder que não sei se realmente estão lá onde todos dizem. Acredito que o Universo passou realmente a existir a partir do Big Bang, mas que Deus impulsionou este fenomeno, e que os seis dias em que o mundo foi criado, podem ser substituídos por alguns bilhões de outros anos diante da linguagem figurativa encontrada no livro de Gênesis. Faz um tempo que passei a pensar que a Nova Jerusalém, e os Novos Céus e a Nova Terra, seriam nada mais que uma transformação ética do ser humano através do Evangelho de Jesus, que uma substituição física do mesmo.
Dá pra chamar um cara desse de radical? Acho que não! Apenas interpreto o que leio e dialogo comigo mesmo. Quando pensamos, interrogamos, sugerimos e até duvidamos. Por isso comecei a duvidar se alguns cântcos que estamos cantando em nossas Igrejas, realmente são inspirados por Deus. Creio que cabe esta indagação e vou apontar, hoje somente um. Este me dá profundo arrepio, não de alegria, mas confesso que de raiva, quando o ministro anuncia.
Veja só se Deus inspiraria frases como estas: "HOJE o meu milagre vai chegar" , "Me dá vitória NESSA hora". Peço desculpas a quem gosta do mesmo, mas quem o escreveu se esqueceu ou nunca leu, e se leu não entendeu a clareza do Capítulo 3 de Eclesiastes que diz em seu primeiro versículo: "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu"
Lendo isso só me resta descansar no Senhor, fazer sua obra e viver a sua vontade. Peço a ele bençãos, e de graça recebo, e quando não recebo, entendo que não faz parte do seu propósito. Posso levar tempo para entender, mas preciso ter esta consciência.
Noto que a Igreja canta esta música como uma terapia de grupo, proclamando que HOJE e NESSA HORA Deus vai abençoar, Deus vai dar, vai abrir as comportas do Céu e vai dar tudo o que eles querem e precisam. Será que isso vai realmente acontecer naquele momento?
Vejo alguns irmãos ficando decepcionados pois a mais ou menos três anos cantam essa música e nada muda. Notem que estas declarações atrapalham a percepção das pessoas quanto ao agir de Deus, e as mesmas a cada dia vão crendo mais em correntes, em orações de poder do que no próprio Deus que lhe é íntimo e lhe ouve a qualquer hora. Em contrapartida alguns espertalhões se dão bem com isso, vendendo CDs, fazendo campanhas, etc...
Em pleno século 21, com o avanço imenso do pensamento e da tecnologia,onde o homem se declara tão livre, o mesmo se torna escravo de fanfarrões e indulgentes. Confesso que por algumas ocasiões acho que estamos voltando aos tempos medievais, onde "os mais íntimos de Deus", cobravam para abençoar, vendiam lugares no céu, etc.
Onde tudo isso vai parar? Jesus expulsou os mercadores do templo, mas hoje nós os convidamos para entrar.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Crises II

Demorei um tempo entre um artigo e este propositalmente. No último escrevi sobre crises, e hoje volto a escrever sobre o mesmo tema. Quero abordar agora sobre uma crítica que recebi a respeito de minha fé. Andei estudando sobre a mesma, e procurei encontrar alguém que pensasse a fé diferentemente de mim. Encontrei! Mas não me satisfizeram. Encontrei conceitos de fé, nada mais que místicos ou até mesmo sem fundamento algum a luz da palavra de Deus. Mas não posso negar que durante muitos anos de minha vida cristã, eu pensava como estes teóricos. Acreditava que a fé seria algo que de acordo com a força que eu a exercesse, a mesma faria com que um Deus cheio de má vontade, de seu trono longínquo, estenderia a sua mão para me abençoar depois de muita insistência de minha parte. Devido a este tipo de conceito, encontramos os mais variados tipos de correntes, desde os que pedem libertação até os que abençoam empresários para que não submerjam devido a crise mundial. Pode?
Se pode eu não sei, sei que estão por aí, divulgamdo o conceito mais superficial de fé que eu já vi.
Nestes dias de crise, que ainda passo, pude perceber que a minha fé é algo mais sublime que tudo isso. Entendi que como diz no Salmo 23, eu posso estar no vale da sombra da morte, mas Ele, não está lá no céu me olhando de longe, mas caminha por ele comigo. Os discípulos que estavam no barco com Jesus em meio a tempestade, não entederam isso, e quiseram o acordar. Jesus os advertiu dizendo: Homens de pequena fé! Moisés reclamou dizendo ao Senhor que Ele o havia mandado subir com o povo, mas não lhe disse quem iria com ele. O Senhor lhe respondeu dizendo: A minha presença subirá contigo e lhe darei descanso". Moisés ali reconheceu que companhia melhor o Senhor não poderia lhe dar e afirmou que se a Presença do Senhor realmente não fosse com ele, que não o fizesse subir.
Queridos, pude concluir, que o Pai sempre está conosco, caminha junto e que nada melhor que isso poderia acontecer. Diante disso a nós basta confiar no caráter de Deus, que o mesmo cuida de nós e que suas inteções é de nos dar o melhor.
Mesmo assim, ainda me encontro ansioso, e a minha maior luta é crucificar este meu Eu, o Paulo ansioso que resolve tudo sozinho e que quando se encontra numa encruzilhada, é incapaz de se meter numa corrente com propósitos, e ao mesmo sabendo que Deus está comigo no deserto, ou no vale da sombra da morte, muitas vezes quero caminhar na frente dele, e ele quer caminhar lado a lado comigo.
Entender, eu entendo tudo, mas na prática a teoria é outra.
Deve ser por isso que ainda não sai do deserto, pois até para sair, é preciso saber caminhar. Tenho que entender que o deserto é uma prova, e que se eu não souber resolver as questões por ele propostas, terei que refaze-las, assim como o povo de Israel que a fez por 40 anos.
O meu desejo não é sair agora, mas sair preparado para o próximo deserto, e supera-lo de graça em graça.

sábado, 21 de março de 2009

Crises

"O dia não terminará sem que eu veja deus agir em meu favor"
Forte isso, não? A música que contém este verso diz coisas muito importantes para nossas vidas. Diz que podemos estar no deserto ou no vale, mas que Deus não falhará! Chego a me emocionar quando escuto, pois toca muito ao meu coração, mas para variar, não me deixo levar apenas pelo coração, meditei na letra, e fiquei um tanto quanto intrigado em relação a frase que coloquei entre aspas no início do texto.
Conheço uma pessoa que recebeu uma proposta de um excelente emprego, emprego este que mudaria suas condições de vida, sendo que a pessoa que lhe ofereceu a oportunidade lhe disse que o ligaria até o fim do dia para lhe dar a resposta. Logo este rapaz lembrou desta música, afinal tinha tudo a ver com o que ele estava passando. Sendo que a noite caiu, e o dia findou sem que seu telefone tocasse. Como assim? Eu canto isso todo domingo na minha igreja, eu todos os dias ponho esta música para tocar em meu MP3 e ainda ponho esta mesma frase no meu Orkut, como forma de declarar a minha vitória! Como assim aquele rapaz não recebeu o telefonema?
Como já disse, é intrigante, não é mesmo?
Meus queridos leitores, os meus dias, principalmente os de crise, aqueles dias mencionados na canção, onde estou no deserto e no vale, onde somente quem caminha comigo é o meu Senhor Jesus, costuma ter aproximadamente 240 horas ou mais. Não sou eu quem delimito tempo em que Deus vai agir em meu favor, pois se fosse desta maneira, pediria a Ele que meus dias de luta tivessem apenas uma fração de segundos suficientes para um piscar de olhos. Seria muito bom se eu tivesse este poder, mas graças ao meu bom Deus eu não o tenho, pois somente assim aprendo com as crises, pois Ele sabe por quais tenho que passar e otempo que vão durar e o que vou aprender. Eu não posso me ensinar aquilo que não sei, por isso me rendo a vontade de Deus quando passo pela crise, procuro enxergar como aprendizado, a Pedagogia do Senhor.
Aprendi a crer que realmente ele tem o melhor pra mim. Como assim Paulo, você é nascido e criado em berço cristão e não sabe disso? saber eu sei, mas não vivi, e sem viver, não poderiar crer. Quando creio realmente que ele é meu Senhor e que conhece a mim e meus limites muito mais profundamente que eu mesmo, eu me ENTREGO a sua vontade.
Por isso, tenho medo de afirmar o tempo em que acabará a minha crise, pois mesmo eu achando que em um certo momento do dia ele vai agir, estou pensando muito errado, pois antes que a crise chegue, ele já está agindo em meu favor!
Glória a Deus!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Os três requisitos para se tornar discípulo de Jesus

A luz da Palavra de Deus, encontramos em diversas de suas passagens, alguns outros requisitos para tornar-se um discípulo de Jesus. Essas mesmas passagens nos mostram que Jesus era acompanhado na maioria das suas aparições, por grandes multidões, para isso basta lembrar que Jesus alimentou cinco mil homens , que Zaqueu para enxerga-Lo teve que subir numa árvore e que a mulher do fluxo de sangue teve que tocar na orla das vestes de Jesus, porque tenho a certeza que Jesus a receberia independentemente de sua enfermidade ou pecado, mas consigo compreender o tamanho do obstáculo cultural e físico que ela teve somente para tocar nas vestes do Mestre, sem mencionar nenhuma palavra sequer.
Tendo em vista esses relatos da Bíblia Sagrada podemos ver que nosso Mestre era acompanhado quase sempre por multidões que queriam receber dele algo diferente, queriam conhecer aquele sujeito que fazia milagres e que se auto intitulava, o Rei dos Judeus. Sua fama percorreu por toda aquela região e seus confins. Mas o Mestre como que numa proposta atemporal buscava e busca até hoje, não somente seguidores curiosos, ou apenas sedentos de milagres imediatos, mas discípulos, que tenham sua vida marcada por querer imita-lo, por querer cumprir sua vontade independente e inegociavelmente a qualquer valor desta vida.
O primeiro requisito que é citado no evangelho de Mateus é que para ser discípulo o candidato deve negar a si mesmo. Nesse sentido a indagação flui de modo a questionar como poderia eu, negar a mim mesmo?Vivo em mundo tão individualista, exemplo disso é quando tomo um transporte coletivo e olho a minha volta, vejo cada um com seus fones de ouvido conectados a seus MP3 ou celulares. A viagem segue, estão todos ali, para cumprir o mesmo trajeto, certamente fazem isso todos os dias juntos, mas não se conhecem. Como eu me negaria tendo tantas opções para me satisfazer, tantos shoppings centers, tantas diversidades de escolha, cada uma mais personalizada, ninguém quer ser igual a ninguém, todos querem ser vip e ter tudo na velocidade do fast-food!Como eu cidadão deste mundo moderno, poderia negar a mim mesmo diante de tudo isso? Fico a pensar que negar a si mesmo é ter uma causa maior, é conhecer uma causa maior e se sentir parte dela. Vemos que hoje em dia somos muito mais multidão que discípulos. Certa vez ,o Pastor Ed René Kivitz em um de seus bem escritos artigos, afirma que em seu auditório de todos os domingos, as pessoas não estão mais ali para saber como agradar a Deus ou como testemunhar de Seu amor , mas como membros de uma sociedade voltada para si mesma, para seus prazeres e vontades, se encontram naquele local para ouvir do Pastor uma mensagem hedonistica ensinando a viver bem nesta terra. Esperam uma mensagem que lhes forneça alguns breves passos para a conquista de algum bem ou patrimônio, ou até mesmo para multiplicá-los. Vejamos, pois, que nos encontramos nos templos para buscar nossos milagres e esquecemos do bem comunitário que é a salvação em Cristo. Para negar a si mesmo é necessário pensar no coletivo, é buscar de Deus maneiras para cuidar do seu irmão, para buscar um bem comum, dividir com o próximo o bem maior que Deus me deu, que é a vida eterna e deixar de lado a expectativa se Seu milagre vai chegar ou não. Milagre maior é a vida eterna. Sendo assim creio que negar a si mesmo seria buscar de Deus, o bem para o próximo, aniquilando minha individualidade.
O segundo requisito seria tomar a sua cruz e segui-lo. Quando Jesus diz: “Tome sua cruz” logo imaginamos novamente cada um carregando uma cruz, pois ele pronuncia Tome e não tomem. Mas aquele que quer ser discípulo de verdade entende que a cruz é uma só e quando Ele diz para cada um: Tome a sua cruz, Ele imagina todos nós carregando a cruz juntos! Amado, carregar a Cruz de Cristo é mais uma vez, uma atitude voltada para o coletivo. Mas o que seria carregar a cruz? Imagino que carregar a cruz de cristo, seria lembrar a todo o momento do sacrifício feito por mim, e se por onde eu for, eu carregar esta cruz, não só eu mas todos que me observarem verão também este sacrifício. Alguns entendem que carregar a cruz de cristo é um certo ativismo religioso. Tendo a percepção anterior como parâmetro vejo que esta é a verdadeira marca da promessa. È carregar consigo o símbolo daquilo que me salvou e me deu a vida eterna. Sendo assim, devemos juntos carregar esta marca.
O Terceiro requisito seria seguir. Verificamos neste texto que muitos seguiam a Jesus, mas não eram seus discípulos. Jesus quer que o sigamos no sentido de ser como ele, seguir seus valores que são eternos, entendendo profundamente o que ele quer de nós, buscando e desenvolvendo uma vida íntima com Deus. Seguir a Cristo, carregando sua cruz, negando a si mesmo traz a nós uma visão muito mais ampla daquilo que é o Reino de Deus. Quando temos nossa aliança com Deus firmadas nesses três pilares começamos a caminhar no sentido da obra que ele tem confiado em nossas mãos. Fazer tudo isso é nada mais que entender que precisamos estar juntos, pois um discípulo não sobrevive sozinho, precisamos multiplicar em número e em qualidade. Discípulos fazem discípulos, seguidores constroem decepcionados.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Superficialidades

Faz algum tempo que ando meio preocupado com a Juventude de nosso tempo. Somos servos do Deus altíssimo nascidos para adora-lo e cumprir a missão nos dada por ele. Seria simples se fosse somente isso. Seria simples se não encontrássemos diante de nós, todos os dias, barreiras tão densas. Na época medieval, o homem era escravo da Religião onde Deus, ao menos em minha análise, não tinha nada a ver com todo aquele dogmatismo. No período moderno, o homem tornou-se escravo de si mesmo, de suas vontades. Hoje em dia, numa era chamada de Pós Modernidade ( O que vem após a Pós Modernidade?)eu não sei do que somos escravos. Digo isto tudo sobre uma tal escravidão porque o Homem tem em seu ser a imensa vontade de ser livre, porém ao se libertar de alguma coisa, acaba se aprisionando a outra, assim como se libertou dos dogmas e se prendeu a si mesmo e hoje em dia procura algo para se agarrar. Imagine ser jovem em um contexto social onde a Humanidade procura insaciávelmente por um centro, procura por uma razão para significar seu existir. Esta procura ocasiona diversas opções, abre um leque de oportunidades para se encontrar ou não, a felicidade. Oferece-se o Big Brother Brasil, onde você pode observar 24 horas o comportamento humano por assim dizer, se oferece as opções sexuais variadas, os mais variados tipos de drogas, festas e momentos.
Diante de tanta pluralidade de tantos valores e sentenças relativas, nada se é aprofundado, tudo é experimentado nesta implacável busca, sendo assim o jovem transformado numa tábula rasa, recebedora de tudo e assimiladora de nada gerando assim uma nada mais que avassaladora superficialidade.
Sendo superficiais,recebendo os conteudos superficialmente como estamos acostumados, como poderemos receber a Verdade de Cristo que é algo mais profundo que nossa própria existencia?
Deus tem muito para oferecer, mas para isso, precisamos realmente rever alguns valores, os nossos e aqueles que recebemos.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Vamos olhar por outro ângulo

Esta semana um amigo veio me visitar. O rapaz é músico e está sempre com muitos dvds em sua mochila, sendo que resolveu me mostrar um deles. Músicas bem feitas, bem harmonizadas, Pastores conhecidos na platéia e até ministrando. Não havia nada de ruim no dvd exceto as letras de algumas músicas que não me ofereceram paz ao ouvir. Uma delas assim dizia:"Lembras Senhor, juraste o seu amor, e nada pode mudar o que sentes por mim, nem os meus pecados".
Fico a pensar se realmente devemos ficar lembrando nosso soberano Deus de alguma coisa. Será que devemos lembra-lo de seu amor, e pedir que não leve em conta nossos pecados?
Nasci no ano de 1983 e desde muito cedo, pois fui criado no meio evangélico, ouço algumas verdades que fizeram minha consciência cristã.Cresci lendo a a Palavra de Deus e aprendendo que conforme João 3:16 que é considerado o versículo áureo da Bíblia, que Deus amou o mundo de tal maneira que deu Jesus como sacrifício vivo para que nós nos livremos de todo mal. Concordo com John Sttot quando ele afirma que no relacionamento entre Deus e o homem, a iniciatia é sempre do Criador. Foi assim na criação, na vinda de Jesus entre nós etc. Tendo em vista estas pequenas afirmações, devo crer que ao escrever tal música, o compositor se equivocou.
Amado, na realidade nós é que estamos esquecendo aquilo que Deus já fez por nós. Lembro de um corinho do HCC que diz: "Deus enviou seu Filho Amado para morrer em meu lugar". Como diz o corinho e também em João 3:16, Deus amou tanto a humanidade que enviou seu filho unigênito para morrer por todos nós, por nossos pecados. Notem que ele teve a iniciativa de se reconciliar conosco. Ele antes que eu o lebrasse, me amou e não levou em consideração os meus pecados e me salvou!
Mas se eu olhar por um outro ângulo e enxergar um Deus como uma máquina de bênçãos que funciona ao meu bel prazer, realmente eu tenho que a todo tempo, chantagea-lo e lembra-lo , sendo este deus-máquina, algo corruptível e errante assim como nós que as vezes esquecemos daquilo que prometemos.
O Deus que eu sirvo é soberano, ele sabe de todas as coisas. Sendo assim me amou primeiro, me salvou e me chamou para proclamar sua Palavra. Creio que o Reino de Deus é maior que todas a s grandezas terrenas. Este Deus só quer de você, fidelidade ao servi-lo, amor para com a sua obra.
Ao entender a grandeza do Reino de Deus, você entenderá que a graça do Pai é maior que a vida, e saberá que já tens tudo, pois o que adianta ganhar riquezas e perder a sua alma.
Vamos olhar por outro ângulo...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Seguir Seus passos é melhor que auto-ajuda

Estamos no século XXI, nos consideramos senhores da razão, cientistas de si. Gostamos de frases que dizem:O importante é estar bem consigo mesmo...Notem que a cada dia, o ser humano diz que se compreende bem, conhece seus limites, enfim, está a pronto para lidar consigo mesmo.
Creio que realmente, se faz necessário eu me conhecer, saber meus limites, etc. Mas também reconheço que quando eu conheço meu próprio eu, automaticamente me distancio do próximo. Considero-me auto-suficiente, conhecedor dos meus caminhos e descaminhos. Nesta linha de pensamento anulamos o que conhecemos por mutualidade cristã. Então paira a pergunta: Devo perguntar ao próximo qual é o meu limite?Devo procurar um guia com infinitos passos de como alcançar a plena comunhão com meu irmão? No início do texto, eu relato que o homem está cada vez mais só em seu auto-entendimento, o que não é a maneira mais eficaz para se viver na comunidade da cruz. Creio que cada um deve procurar a si mesmo na figura que nos representou o Mestre. Desta maneira começo a compreender que seguindo os passos de Jesus, serei bom para comigo e para com meu próximo. Os passos de Jesus inspiram justiça, como no caso da mulher que adulterou e quase foi apedrejada. Inspira também perdão, compaixão e todos as maneiras de se viver bem consigo e com os seus pares. Isso porque todas estas atitudes são atitudes de alguém que tem um compromisso maior que é com seu Deus. Quando temos uma vida aliançada com o Pai, vivendo no centro de Sua vontade, trazemos para nós uma consistência maior em nossas relações. è impossível viver bem com Deus e mal com seu irmão e consigo mesmo e assim se dá em outro sentido. è impossível viver bem com meu irmão e viver mal com Deus. Vida com Deus é algo parecido com uma engrenagem, pois se alguma peça estiver fora de seu lugar, a máquina não funciona. Somos discípulos de Cristo, devemos ser como ele. Jesus andava lado a lado com o Pai e suas relações eram sem limites, pois ele conhecia sua missão e sabia que no Reino de Deus, não se pode ter limites. A partir do momento em que passarmos a imitar o Mestre, Ele nos fará compreender coisas maiores, e antes disso nos ensinará a luz de sua palavra o melhor agir.

Paulo Santos

domingo, 11 de janeiro de 2009

Onde estão os filhos de Deus?

Conheço uma música muito bonita. Musica esta que toca em minha Igreja e que sua letra diz:"A Criação geme pela manifestação dos filhos de Deus". No meio da madrugada acordei com uma calor muito grande, típico de uma noite verão carioca. Não conseguia dormir, e ao revirar de um lado para o outro da cama, comecei a lembrar desta música. Pensei em sua letra e refleti em quantos gemidos estariam sendo abafados naquele momento, por uma falta de preocupação da nossa parte. Será que estamos atentos a estes gemidos? Amados, será que estamos nos manifestando como flhos de Deus de acordo com cada emitir de um gemido.
Mateus 16:24 relata aquilo que devemos fazer se realmente queremos seguir nosso Mestre. Ao abdicar de mim mesmo por Jesus, automaticamente estarei atento a cada gemido. Mas enquanto não houver tal doação, os mesmos permanecerão abafados por nossas vontades.
Meu querido amigo, tenho aprendido que seguir os passos do Mestre não é nada fácil, mas uma vez chamados, não podemos olhar atrás. Vidas são ceifadas pelas drogas, pelo crime, pelo pecado enquanto nos preocupamos somente com aquela benção que eu pedi ao Senhor na virada do ano, aquela mesma que eu anotei e joguei na pira para ser queimada. Seguir a Jesus é abrir mão de mim mesmo por amor a esta nobre causa. Por mais insano que pareça, hoje a melhor promessa é a que diz que encontrarei minha vida se a perder por amor ao nome de Jesus. Creio que isso seja a manifestação dos filhos de Deus.
Não quero me tornar mártir, nem mesmo dizer que sou melhor que alguém, apenas desejo te afirmar esta convicção, pois Ele tem me incomodado para tudo isto. Confesso que tem sido difícil, quase impossível, negar minhas vontades. Porém prossigo com este ideal, e te convido a caminhar neste árduo caminho.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Como seguir a Cristo?

Nos últimos anos, algumas dúvidas pairam sobre minha alma. Nuvens semelhantes aquelas que permanecem no céu, quando um jovem acorda cedo em um dia de Sábado pronto para ir a praia. Certa vez, conversando com um amigo Seminarista de minha Igreja, falei-lhe: Meu irmão, temo que daqui a alguns anos sobrevirá uma geração de decepcionados, pois aguardam seus milagres, prometidos para mesmos dia em que pediram não chegar. Ele olhou pra mim, fez um movimento como quem iria falar algo e apenas sussurrou: É verdade, também temo por isso!
Meus amados quando leio O Evangelho de Mateus 16:24, onde Jesus disse aos discípulos que aquele que quiser o seguir, deveria negar a si mesmo e tomar a sua cruz, fico apavorado, pois concluo que enorme mudança ocorreu no Evangelho pregado em alguns locais. Na atualidade, ouve-se músicas e sermões que narram um Evangelho imediatista, de Um Jesus que está lá no Céu, e que nós aqui na Terra ligamos um botão e o fazemos funcionar a nosso favor. Creio que a verdadeira essência do que é ser discípulo foi dissipada do meio evangélico. Fico a pensar se esta multidão de pessoas que são seduzidas por um deus de promessas, um deus materialista, realmente seguiriam a Jesus se a informação real de Mateus 16:24 fosse passada ao entrarem nos grandiosos templos. Me pergunto se realmente teríamos templos tão cheios. Não que estas pessoas sejam interesseiras, longe de mim tal afirmação, pois creio que maior responsabilidade está em quem passa a informação errada.A marca de seguidor, de cooperador do Reino, sumiu e deu lugar a marca de abençoado, de recebedor, até mesmo propagador, mas de um Evangelho no mínimo superficial, que nada tem a ver com a doação de si mesmo.
Seguindo as palavras e os passos de Jesus, concebo que seguir a Cristo requer doação de si mesmo, sem nada esperar em troca, é reconhecer que você foi escolhido para isso, para transformar vidas através de sua própria vida. Ser discípulo é não precisar de promessas para esta vida e se contentar em combater o bom combate, entendendo o valor do mesmo. precisamos nos desprender de nós mesmos para seguir nosso Senhor.
Enfim, creio que ser discípulo, é amar tanto este Mestre, que fazer sua vontade é maior que qualquer valor desta terra.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A Religião dos sem religião

A Religião dos sem Religião

O Termo religião se origina do latim “religare” que significa religar. Religar o homem a Deus, trazer a tona o relacionamento que se perdeu, de um homem vazio com seu Criador. Pode-se assim dizer que esta foi a maneira mais adequada para tal reconciliação. No dicionário Aurélio encontramos a seguinte definição para Religião: 1.Crença na existência de força ou forças sobrenaturais; 2. Manifestação de tal crença pela doutrina e ritual próprios; 3. Devoção. Desta maneira podemos observar Religião por alguns ângulos diferentes, que em seus intercruzamentos, vão trazer até nós a concepção que até hoje é de forma obscura interpretada.
Trazendo tais definições para o Cristianismo de hoje, podemos analisar que os intercruzamentos acima mencionados acontecem sobremaneira a todo tempo. Já que usaremos o cristianismo como base de nosso estudo, vamos então procurar defini-lo para então seguir adiante e aprofundarmos. Segundo o mesmo dicionário, o popular Aurélio, Cristianismo define-se: O conjunto de religiões cristãs baseadas nos ensinamentos, pessoa e vida de Jesus Cristo. Em outra definição, concebida por John Stott, Doutor em Teologia e Pastor Evangélico, ele explicita que Cristianismo é o compromisso que temos com o Jesus ressurreto, reconhecendo sua vida como um projeto bem sucedido para a salvação do homem, uma obra redentora que permite um compromisso do homem integralmente com ele, entregando toda a nossa vida a Jesus.
Numa análise de tudo, que por bases definitivas até agora podemos comprovar, é que com o passar do tempo, todas elas foram se cruzando, formando um verdadeiro emaranhado de pensamentos e verdades.
Desde o período Medieval, chamado período das trevas onde a questão teocêntrica foi quebrada dando início ao período moderno com a ruptura de tais pensamentos pondo o homem no centro da fala do sofista Protágoras que o afirmava ser a medida de todas as coisas, tendo passado por Descartes entre outros modernistas, chegamos até hoje numa época chamada Pós Modernidade, onde nem mesmo Deus, ou o Homem ou Razão são pilares para conceber o mundo. Ou seja, passamos por inúmeros conceberes do Cristianismo até os dias de hoje. Na atualidade segundo o próprio John Sttot, verificamos uma geração afetada pelo pensamento pós moderno, com seus pilares fixados na secularização e relativização, levando a vida cristã hostil a Igreja e cordiais para com a pessoa de Jesus Cristo.
Gravíssima esta afirmação na qual podemos constatar sua veracidade. Certamente esta geração a qual me incluo, pensa no amor pregado por Cristo, numa vida regida pelo respeito ao próximo e amizades consistentes com o homem em seu Ser Humano. Existe nos dias de hoje, um descontentamento muito grande com a Instituição Igreja de nosso tempo, como já mencionado anteriormente, o Cristianismo avançou durante séculos, sendo atribuído e atribuindo diversas intensidades, afetando e se deixando afetar, pelas diversas transformações do pensamento humano. Algo tão influente como o tal, não poderia passar imune as mesmas. Foram desenvolvidos durante este tempo, pensamentos mais revolucionários como o de Lutero, outros mais conservadores como o de Roma, mas nenhum se sobrepôs a desinstituição da fé, talvez quem tenha chegado mais próximo disto tenha sido o próprio Lutero, em sua luta contra o poderio de Roma e suas indulgências e a favor da livre interpretação bíblica, desta forma chegando assim mais próximo do individuo, em sua época é claro. Hoje não poderia deixar de citar o Pastor Ricardo Gondim, este que conseguiu, com sua definição arrumar meus pensamentos afirmando que Jesus não tratou Igreja como Instituição, mas como comunidade, Igreja são homens e mulheres com um nobre estilo de vida, verdadeiro, consistente que chegam a inspirar seus pares a glorificar a Deus. Porém a fé Institucionalizada prossegue, a mudança só ocorre na Instituição, e o ser humano permanece encaixotado numa relação com Deus moderada por algum CNPJ e estatutos que seguem a afirmar que cada um é o mais fiel a interpretar a Bíblia Sagrada.
Dentre tantas institucionalizações de uma fé pregada por Jesus ser tão simples, logicamente alguém se cansaria de tudo isso. Sendo assim, volto a citar a geração hostil a Igreja e cordiais para com Jesus Cristo, geração esta que afirma não ter religião, mas que crê em Deus, geração que inclui cristão desgastados com esfera cristã em que viveram, onde seus líderes lhe ofereciam gaiolas enquanto Jesus, em seu Ministério nos ensina a ser livres. Vemos tantos pastores preocupados em equipar seus templos, que se esquecem de equipar os Santos, preocupam-se em obter títulos e acabam se esquecendo que não é ele mais que vive, mais Cristo em sua pessoa. Analiso os Congressos e vejo que na grande maioria dos conferencistas vão ali como mercadores, que transformam a palavra de Deus em mercadorias, outros criam até empresas para vender tudo isto, contando com “parcerias ministeriais” de sedentos que na verdade, deveriam ouvir tudo aquilo gratuitamente, pois não conheço um Jesus vendedor do Reino de Deus. Parece que voltamos aos tempos medievais, aquele tempo em que se vendiam Indulgências.
Sendo um pouco drástico, naquela época pelo menos vendiam lugares no céu, hoje se vendem vidas prósperas aqui na Terra. As pessoas são a cada dia convencidas que a marca da promessa de vida abundante, porém terrena, é mais importante que a marca de discípulo de cristo, pregador do evangelho puro e simples.
Diante destes fatos verificamos que tais pessoas, criaram uma nova Religião, a Religião dos sem Religião. Parece redundante mas não é. Estas pessoas tão machucadas e decepcionadas criaram para si, barreiras sobre tudo que se afirma vir de princípios religiosos, tentam voltar aquele Jesus que nada institucionalizou, homem simples que andava com pescadores, prostitutas, que pregava existir bons samaritanos e que seria impossível um cego guiar outro cego e que veio a este mundo para dar uma boa notícia que foi abafada por nós mesmos em nossas práticas cansativas e inconsistentes. Vivem a negar os princípios religiosos e ao mesmo tempo numa busca profunda de encontrar com seu criador. Toda criação geme por este momento, o momento do encontro com seu criador. Entendo que ainda maior que uma geração de hostis, existe uma geração de inconformados, geração que não aceita que o homem não se encontre com seu Deus, uma geração que tem o dever de levar a boa notícia, que tem a melhor forma de resistir a toda esta corrupção, que é apenas vivendo o que Jesus ensinou, apenas levantando os fracos, dando de beber aos que tem sede e não se aproveitar disso para se auto promover ou obter bens para esta vida. Vida com Deus é intimidade, é não esperar nada em troca, pois ser cristão é uma missão, devemos ter em nossa consciência que o nosso papel é veicular a palavra de Deus. Nossa missão é essa, levar o evangelho, e não nos vangloriar de nada e muito menos exigindo de Deus bens, porque somos servos e não podemos ser caudas, mas sim cabeça. Bem maior Jesus nos Deus, se dando em sacrifício vivo na cruz nos livrando da condenação eterna. O que mais você acha que deve cobrar de uma pessoa como esta? Devemos sim, tentar re-significar o evangelho esquecido por gerações. Transformar aqueles que afirmam não ter religião por estarem decepcionados com a Instituição. Afirmo que estes são mais honestos que muitos ditos cristãos, mas ao mesmo tempo, são servos em potencial que recebendo o treinamento adequado tornar-se-ão guerreiros que conhecem a guerra e que definem a coragem não num simples ato, mas em sua causa.



Paulo Adilson dos Santos Filho Educador e Filósofo