segunda-feira, 18 de maio de 2009

A Manifestação dos filhos de Deus II

Já escrevi anteriormente sobre a manifestação dos filhos de Deus. Hoje volto a abordar esta temática, pois se faz relevante ao menos a minha mentalidade cristã. Mesmo tratando da minha mentalidade cristã, jamais deixaria de compartilhar. Na Sexta-Feira conversei com um Pastor que compartilhou comigo uma tristeza muito grande em seu coração ao ver um homem em seu leito de morte. Este Pastor em seu relato, movido de íntima compaixão por aquele homem e sua família, deixou escapar algumas insatisfações com a postura do povo de Deus em relação aos pobres, aos doentes, aos perdidos e todo aquele tipo de gente que costumamos deixar de lado.
Eu creio com a fé firmada em meu Salvador, que o Povo de Deus, foi escolhido e eleito para levar ao Homem aquilo que recebeu mediante a Graça que o alcançou. Fico pensando que agora, enquanto estou sentado a frente de meu computador digitando este texto, pessoas estão chorando por seus queridos a beira de uma sepultura, mães procuram seus filhos desaparecidos, moradores de rua são banalizados por nós e por nossos governantes e que moribundos agonizam em seus leitos e posso afirmar que alguns não verão o final deste dia. E eu, continuo aqui, escrevendo sem fazer nada, sem ter compaixão de nenhum destes.
Na minha opinião, nós enquanto filhos de Deus, não estamos nos manifestando como deveríamos. Aquela canção que me refiro no último texto sobre tal manifestação diz: " A Criação geme pela manifestação dos filhos de Deus." E nós estamos todos os Domingos nos manisfestando DENTRO dos templos. Amados temos que nos libertar da mentalidade de Igreja como um fim e resignifica-la como um meio, um instrumento propagador de graça e verdade transmitidos pelo Evangelho.
Meu irmão querido, a criação geme: A beira da morte, o agonizante busca até o último momento, o sentido para sua vida. Sentado a beira de um meio-fio, um mendigo busca a resposta para tal situação. Nas esquinas da vida, as prostitutas, os travestis buscam a verdadeira paz. Ou seja, o gemido ecoa, mas nós não escutamos simplesmente porque confundimos o Reino de Deus com trabalho eclesiástico e ao invés de nos manifestar como proclamamos na canção, preferimos nos cansar com as reuniões de ministérios, ensaios e participações especiais nos cultos e ao final do dia dizer que cumprimos nossa parte no Reino. Seria cômico se não fosse trágico!
Não sou contra a eclesia, mas sim a favor de um evangelho consistente, que não se prende a paredes e instituições. Sou a favor de um Evangelho andarilho que busca os perdidos, que caminha em direção dos necessitados e lhes estende a mão!
Ainda há tempo para mudarmos, ainda existem vidas que precisam de nós! Vamos romper com as barreiras do egoísmo e compartilhar a vida que Ele deu para a Humanidade através da cruz. Jesus morreu por TODOS e é nosso dever fazer com que isso seja vivido por toda a criatura. Esqueçamos os presentes, as dádivas, as promessas que buscamos DENTRO da igreja todos os Domingos. Benção maior, dádiva maior e promessa maior de Deus para nós é sermos canal de seu fluir para o mundo!
Sejamos atentos ao gemido da criação!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Tempo de Deus

Recentemente fui chamado de Xiita, devido meu radicalismo. Creio não ser tão radical assim, costumo dialogar bastante, estudar bastante e pesquisar ainda mais. Quando me peguntam sobre céu e inferno, costumo responder que não sei se realmente estão lá onde todos dizem. Acredito que o Universo passou realmente a existir a partir do Big Bang, mas que Deus impulsionou este fenomeno, e que os seis dias em que o mundo foi criado, podem ser substituídos por alguns bilhões de outros anos diante da linguagem figurativa encontrada no livro de Gênesis. Faz um tempo que passei a pensar que a Nova Jerusalém, e os Novos Céus e a Nova Terra, seriam nada mais que uma transformação ética do ser humano através do Evangelho de Jesus, que uma substituição física do mesmo.
Dá pra chamar um cara desse de radical? Acho que não! Apenas interpreto o que leio e dialogo comigo mesmo. Quando pensamos, interrogamos, sugerimos e até duvidamos. Por isso comecei a duvidar se alguns cântcos que estamos cantando em nossas Igrejas, realmente são inspirados por Deus. Creio que cabe esta indagação e vou apontar, hoje somente um. Este me dá profundo arrepio, não de alegria, mas confesso que de raiva, quando o ministro anuncia.
Veja só se Deus inspiraria frases como estas: "HOJE o meu milagre vai chegar" , "Me dá vitória NESSA hora". Peço desculpas a quem gosta do mesmo, mas quem o escreveu se esqueceu ou nunca leu, e se leu não entendeu a clareza do Capítulo 3 de Eclesiastes que diz em seu primeiro versículo: "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu"
Lendo isso só me resta descansar no Senhor, fazer sua obra e viver a sua vontade. Peço a ele bençãos, e de graça recebo, e quando não recebo, entendo que não faz parte do seu propósito. Posso levar tempo para entender, mas preciso ter esta consciência.
Noto que a Igreja canta esta música como uma terapia de grupo, proclamando que HOJE e NESSA HORA Deus vai abençoar, Deus vai dar, vai abrir as comportas do Céu e vai dar tudo o que eles querem e precisam. Será que isso vai realmente acontecer naquele momento?
Vejo alguns irmãos ficando decepcionados pois a mais ou menos três anos cantam essa música e nada muda. Notem que estas declarações atrapalham a percepção das pessoas quanto ao agir de Deus, e as mesmas a cada dia vão crendo mais em correntes, em orações de poder do que no próprio Deus que lhe é íntimo e lhe ouve a qualquer hora. Em contrapartida alguns espertalhões se dão bem com isso, vendendo CDs, fazendo campanhas, etc...
Em pleno século 21, com o avanço imenso do pensamento e da tecnologia,onde o homem se declara tão livre, o mesmo se torna escravo de fanfarrões e indulgentes. Confesso que por algumas ocasiões acho que estamos voltando aos tempos medievais, onde "os mais íntimos de Deus", cobravam para abençoar, vendiam lugares no céu, etc.
Onde tudo isso vai parar? Jesus expulsou os mercadores do templo, mas hoje nós os convidamos para entrar.