sábado, 17 de janeiro de 2009

Vamos olhar por outro ângulo

Esta semana um amigo veio me visitar. O rapaz é músico e está sempre com muitos dvds em sua mochila, sendo que resolveu me mostrar um deles. Músicas bem feitas, bem harmonizadas, Pastores conhecidos na platéia e até ministrando. Não havia nada de ruim no dvd exceto as letras de algumas músicas que não me ofereceram paz ao ouvir. Uma delas assim dizia:"Lembras Senhor, juraste o seu amor, e nada pode mudar o que sentes por mim, nem os meus pecados".
Fico a pensar se realmente devemos ficar lembrando nosso soberano Deus de alguma coisa. Será que devemos lembra-lo de seu amor, e pedir que não leve em conta nossos pecados?
Nasci no ano de 1983 e desde muito cedo, pois fui criado no meio evangélico, ouço algumas verdades que fizeram minha consciência cristã.Cresci lendo a a Palavra de Deus e aprendendo que conforme João 3:16 que é considerado o versículo áureo da Bíblia, que Deus amou o mundo de tal maneira que deu Jesus como sacrifício vivo para que nós nos livremos de todo mal. Concordo com John Sttot quando ele afirma que no relacionamento entre Deus e o homem, a iniciatia é sempre do Criador. Foi assim na criação, na vinda de Jesus entre nós etc. Tendo em vista estas pequenas afirmações, devo crer que ao escrever tal música, o compositor se equivocou.
Amado, na realidade nós é que estamos esquecendo aquilo que Deus já fez por nós. Lembro de um corinho do HCC que diz: "Deus enviou seu Filho Amado para morrer em meu lugar". Como diz o corinho e também em João 3:16, Deus amou tanto a humanidade que enviou seu filho unigênito para morrer por todos nós, por nossos pecados. Notem que ele teve a iniciativa de se reconciliar conosco. Ele antes que eu o lebrasse, me amou e não levou em consideração os meus pecados e me salvou!
Mas se eu olhar por um outro ângulo e enxergar um Deus como uma máquina de bênçãos que funciona ao meu bel prazer, realmente eu tenho que a todo tempo, chantagea-lo e lembra-lo , sendo este deus-máquina, algo corruptível e errante assim como nós que as vezes esquecemos daquilo que prometemos.
O Deus que eu sirvo é soberano, ele sabe de todas as coisas. Sendo assim me amou primeiro, me salvou e me chamou para proclamar sua Palavra. Creio que o Reino de Deus é maior que todas a s grandezas terrenas. Este Deus só quer de você, fidelidade ao servi-lo, amor para com a sua obra.
Ao entender a grandeza do Reino de Deus, você entenderá que a graça do Pai é maior que a vida, e saberá que já tens tudo, pois o que adianta ganhar riquezas e perder a sua alma.
Vamos olhar por outro ângulo...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Seguir Seus passos é melhor que auto-ajuda

Estamos no século XXI, nos consideramos senhores da razão, cientistas de si. Gostamos de frases que dizem:O importante é estar bem consigo mesmo...Notem que a cada dia, o ser humano diz que se compreende bem, conhece seus limites, enfim, está a pronto para lidar consigo mesmo.
Creio que realmente, se faz necessário eu me conhecer, saber meus limites, etc. Mas também reconheço que quando eu conheço meu próprio eu, automaticamente me distancio do próximo. Considero-me auto-suficiente, conhecedor dos meus caminhos e descaminhos. Nesta linha de pensamento anulamos o que conhecemos por mutualidade cristã. Então paira a pergunta: Devo perguntar ao próximo qual é o meu limite?Devo procurar um guia com infinitos passos de como alcançar a plena comunhão com meu irmão? No início do texto, eu relato que o homem está cada vez mais só em seu auto-entendimento, o que não é a maneira mais eficaz para se viver na comunidade da cruz. Creio que cada um deve procurar a si mesmo na figura que nos representou o Mestre. Desta maneira começo a compreender que seguindo os passos de Jesus, serei bom para comigo e para com meu próximo. Os passos de Jesus inspiram justiça, como no caso da mulher que adulterou e quase foi apedrejada. Inspira também perdão, compaixão e todos as maneiras de se viver bem consigo e com os seus pares. Isso porque todas estas atitudes são atitudes de alguém que tem um compromisso maior que é com seu Deus. Quando temos uma vida aliançada com o Pai, vivendo no centro de Sua vontade, trazemos para nós uma consistência maior em nossas relações. è impossível viver bem com Deus e mal com seu irmão e consigo mesmo e assim se dá em outro sentido. è impossível viver bem com meu irmão e viver mal com Deus. Vida com Deus é algo parecido com uma engrenagem, pois se alguma peça estiver fora de seu lugar, a máquina não funciona. Somos discípulos de Cristo, devemos ser como ele. Jesus andava lado a lado com o Pai e suas relações eram sem limites, pois ele conhecia sua missão e sabia que no Reino de Deus, não se pode ter limites. A partir do momento em que passarmos a imitar o Mestre, Ele nos fará compreender coisas maiores, e antes disso nos ensinará a luz de sua palavra o melhor agir.

Paulo Santos

domingo, 11 de janeiro de 2009

Onde estão os filhos de Deus?

Conheço uma música muito bonita. Musica esta que toca em minha Igreja e que sua letra diz:"A Criação geme pela manifestação dos filhos de Deus". No meio da madrugada acordei com uma calor muito grande, típico de uma noite verão carioca. Não conseguia dormir, e ao revirar de um lado para o outro da cama, comecei a lembrar desta música. Pensei em sua letra e refleti em quantos gemidos estariam sendo abafados naquele momento, por uma falta de preocupação da nossa parte. Será que estamos atentos a estes gemidos? Amados, será que estamos nos manifestando como flhos de Deus de acordo com cada emitir de um gemido.
Mateus 16:24 relata aquilo que devemos fazer se realmente queremos seguir nosso Mestre. Ao abdicar de mim mesmo por Jesus, automaticamente estarei atento a cada gemido. Mas enquanto não houver tal doação, os mesmos permanecerão abafados por nossas vontades.
Meu querido amigo, tenho aprendido que seguir os passos do Mestre não é nada fácil, mas uma vez chamados, não podemos olhar atrás. Vidas são ceifadas pelas drogas, pelo crime, pelo pecado enquanto nos preocupamos somente com aquela benção que eu pedi ao Senhor na virada do ano, aquela mesma que eu anotei e joguei na pira para ser queimada. Seguir a Jesus é abrir mão de mim mesmo por amor a esta nobre causa. Por mais insano que pareça, hoje a melhor promessa é a que diz que encontrarei minha vida se a perder por amor ao nome de Jesus. Creio que isso seja a manifestação dos filhos de Deus.
Não quero me tornar mártir, nem mesmo dizer que sou melhor que alguém, apenas desejo te afirmar esta convicção, pois Ele tem me incomodado para tudo isto. Confesso que tem sido difícil, quase impossível, negar minhas vontades. Porém prossigo com este ideal, e te convido a caminhar neste árduo caminho.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Como seguir a Cristo?

Nos últimos anos, algumas dúvidas pairam sobre minha alma. Nuvens semelhantes aquelas que permanecem no céu, quando um jovem acorda cedo em um dia de Sábado pronto para ir a praia. Certa vez, conversando com um amigo Seminarista de minha Igreja, falei-lhe: Meu irmão, temo que daqui a alguns anos sobrevirá uma geração de decepcionados, pois aguardam seus milagres, prometidos para mesmos dia em que pediram não chegar. Ele olhou pra mim, fez um movimento como quem iria falar algo e apenas sussurrou: É verdade, também temo por isso!
Meus amados quando leio O Evangelho de Mateus 16:24, onde Jesus disse aos discípulos que aquele que quiser o seguir, deveria negar a si mesmo e tomar a sua cruz, fico apavorado, pois concluo que enorme mudança ocorreu no Evangelho pregado em alguns locais. Na atualidade, ouve-se músicas e sermões que narram um Evangelho imediatista, de Um Jesus que está lá no Céu, e que nós aqui na Terra ligamos um botão e o fazemos funcionar a nosso favor. Creio que a verdadeira essência do que é ser discípulo foi dissipada do meio evangélico. Fico a pensar se esta multidão de pessoas que são seduzidas por um deus de promessas, um deus materialista, realmente seguiriam a Jesus se a informação real de Mateus 16:24 fosse passada ao entrarem nos grandiosos templos. Me pergunto se realmente teríamos templos tão cheios. Não que estas pessoas sejam interesseiras, longe de mim tal afirmação, pois creio que maior responsabilidade está em quem passa a informação errada.A marca de seguidor, de cooperador do Reino, sumiu e deu lugar a marca de abençoado, de recebedor, até mesmo propagador, mas de um Evangelho no mínimo superficial, que nada tem a ver com a doação de si mesmo.
Seguindo as palavras e os passos de Jesus, concebo que seguir a Cristo requer doação de si mesmo, sem nada esperar em troca, é reconhecer que você foi escolhido para isso, para transformar vidas através de sua própria vida. Ser discípulo é não precisar de promessas para esta vida e se contentar em combater o bom combate, entendendo o valor do mesmo. precisamos nos desprender de nós mesmos para seguir nosso Senhor.
Enfim, creio que ser discípulo, é amar tanto este Mestre, que fazer sua vontade é maior que qualquer valor desta terra.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A Religião dos sem religião

A Religião dos sem Religião

O Termo religião se origina do latim “religare” que significa religar. Religar o homem a Deus, trazer a tona o relacionamento que se perdeu, de um homem vazio com seu Criador. Pode-se assim dizer que esta foi a maneira mais adequada para tal reconciliação. No dicionário Aurélio encontramos a seguinte definição para Religião: 1.Crença na existência de força ou forças sobrenaturais; 2. Manifestação de tal crença pela doutrina e ritual próprios; 3. Devoção. Desta maneira podemos observar Religião por alguns ângulos diferentes, que em seus intercruzamentos, vão trazer até nós a concepção que até hoje é de forma obscura interpretada.
Trazendo tais definições para o Cristianismo de hoje, podemos analisar que os intercruzamentos acima mencionados acontecem sobremaneira a todo tempo. Já que usaremos o cristianismo como base de nosso estudo, vamos então procurar defini-lo para então seguir adiante e aprofundarmos. Segundo o mesmo dicionário, o popular Aurélio, Cristianismo define-se: O conjunto de religiões cristãs baseadas nos ensinamentos, pessoa e vida de Jesus Cristo. Em outra definição, concebida por John Stott, Doutor em Teologia e Pastor Evangélico, ele explicita que Cristianismo é o compromisso que temos com o Jesus ressurreto, reconhecendo sua vida como um projeto bem sucedido para a salvação do homem, uma obra redentora que permite um compromisso do homem integralmente com ele, entregando toda a nossa vida a Jesus.
Numa análise de tudo, que por bases definitivas até agora podemos comprovar, é que com o passar do tempo, todas elas foram se cruzando, formando um verdadeiro emaranhado de pensamentos e verdades.
Desde o período Medieval, chamado período das trevas onde a questão teocêntrica foi quebrada dando início ao período moderno com a ruptura de tais pensamentos pondo o homem no centro da fala do sofista Protágoras que o afirmava ser a medida de todas as coisas, tendo passado por Descartes entre outros modernistas, chegamos até hoje numa época chamada Pós Modernidade, onde nem mesmo Deus, ou o Homem ou Razão são pilares para conceber o mundo. Ou seja, passamos por inúmeros conceberes do Cristianismo até os dias de hoje. Na atualidade segundo o próprio John Sttot, verificamos uma geração afetada pelo pensamento pós moderno, com seus pilares fixados na secularização e relativização, levando a vida cristã hostil a Igreja e cordiais para com a pessoa de Jesus Cristo.
Gravíssima esta afirmação na qual podemos constatar sua veracidade. Certamente esta geração a qual me incluo, pensa no amor pregado por Cristo, numa vida regida pelo respeito ao próximo e amizades consistentes com o homem em seu Ser Humano. Existe nos dias de hoje, um descontentamento muito grande com a Instituição Igreja de nosso tempo, como já mencionado anteriormente, o Cristianismo avançou durante séculos, sendo atribuído e atribuindo diversas intensidades, afetando e se deixando afetar, pelas diversas transformações do pensamento humano. Algo tão influente como o tal, não poderia passar imune as mesmas. Foram desenvolvidos durante este tempo, pensamentos mais revolucionários como o de Lutero, outros mais conservadores como o de Roma, mas nenhum se sobrepôs a desinstituição da fé, talvez quem tenha chegado mais próximo disto tenha sido o próprio Lutero, em sua luta contra o poderio de Roma e suas indulgências e a favor da livre interpretação bíblica, desta forma chegando assim mais próximo do individuo, em sua época é claro. Hoje não poderia deixar de citar o Pastor Ricardo Gondim, este que conseguiu, com sua definição arrumar meus pensamentos afirmando que Jesus não tratou Igreja como Instituição, mas como comunidade, Igreja são homens e mulheres com um nobre estilo de vida, verdadeiro, consistente que chegam a inspirar seus pares a glorificar a Deus. Porém a fé Institucionalizada prossegue, a mudança só ocorre na Instituição, e o ser humano permanece encaixotado numa relação com Deus moderada por algum CNPJ e estatutos que seguem a afirmar que cada um é o mais fiel a interpretar a Bíblia Sagrada.
Dentre tantas institucionalizações de uma fé pregada por Jesus ser tão simples, logicamente alguém se cansaria de tudo isso. Sendo assim, volto a citar a geração hostil a Igreja e cordiais para com Jesus Cristo, geração esta que afirma não ter religião, mas que crê em Deus, geração que inclui cristão desgastados com esfera cristã em que viveram, onde seus líderes lhe ofereciam gaiolas enquanto Jesus, em seu Ministério nos ensina a ser livres. Vemos tantos pastores preocupados em equipar seus templos, que se esquecem de equipar os Santos, preocupam-se em obter títulos e acabam se esquecendo que não é ele mais que vive, mais Cristo em sua pessoa. Analiso os Congressos e vejo que na grande maioria dos conferencistas vão ali como mercadores, que transformam a palavra de Deus em mercadorias, outros criam até empresas para vender tudo isto, contando com “parcerias ministeriais” de sedentos que na verdade, deveriam ouvir tudo aquilo gratuitamente, pois não conheço um Jesus vendedor do Reino de Deus. Parece que voltamos aos tempos medievais, aquele tempo em que se vendiam Indulgências.
Sendo um pouco drástico, naquela época pelo menos vendiam lugares no céu, hoje se vendem vidas prósperas aqui na Terra. As pessoas são a cada dia convencidas que a marca da promessa de vida abundante, porém terrena, é mais importante que a marca de discípulo de cristo, pregador do evangelho puro e simples.
Diante destes fatos verificamos que tais pessoas, criaram uma nova Religião, a Religião dos sem Religião. Parece redundante mas não é. Estas pessoas tão machucadas e decepcionadas criaram para si, barreiras sobre tudo que se afirma vir de princípios religiosos, tentam voltar aquele Jesus que nada institucionalizou, homem simples que andava com pescadores, prostitutas, que pregava existir bons samaritanos e que seria impossível um cego guiar outro cego e que veio a este mundo para dar uma boa notícia que foi abafada por nós mesmos em nossas práticas cansativas e inconsistentes. Vivem a negar os princípios religiosos e ao mesmo tempo numa busca profunda de encontrar com seu criador. Toda criação geme por este momento, o momento do encontro com seu criador. Entendo que ainda maior que uma geração de hostis, existe uma geração de inconformados, geração que não aceita que o homem não se encontre com seu Deus, uma geração que tem o dever de levar a boa notícia, que tem a melhor forma de resistir a toda esta corrupção, que é apenas vivendo o que Jesus ensinou, apenas levantando os fracos, dando de beber aos que tem sede e não se aproveitar disso para se auto promover ou obter bens para esta vida. Vida com Deus é intimidade, é não esperar nada em troca, pois ser cristão é uma missão, devemos ter em nossa consciência que o nosso papel é veicular a palavra de Deus. Nossa missão é essa, levar o evangelho, e não nos vangloriar de nada e muito menos exigindo de Deus bens, porque somos servos e não podemos ser caudas, mas sim cabeça. Bem maior Jesus nos Deus, se dando em sacrifício vivo na cruz nos livrando da condenação eterna. O que mais você acha que deve cobrar de uma pessoa como esta? Devemos sim, tentar re-significar o evangelho esquecido por gerações. Transformar aqueles que afirmam não ter religião por estarem decepcionados com a Instituição. Afirmo que estes são mais honestos que muitos ditos cristãos, mas ao mesmo tempo, são servos em potencial que recebendo o treinamento adequado tornar-se-ão guerreiros que conhecem a guerra e que definem a coragem não num simples ato, mas em sua causa.



Paulo Adilson dos Santos Filho Educador e Filósofo