segunda-feira, 9 de março de 2009

Os três requisitos para se tornar discípulo de Jesus

A luz da Palavra de Deus, encontramos em diversas de suas passagens, alguns outros requisitos para tornar-se um discípulo de Jesus. Essas mesmas passagens nos mostram que Jesus era acompanhado na maioria das suas aparições, por grandes multidões, para isso basta lembrar que Jesus alimentou cinco mil homens , que Zaqueu para enxerga-Lo teve que subir numa árvore e que a mulher do fluxo de sangue teve que tocar na orla das vestes de Jesus, porque tenho a certeza que Jesus a receberia independentemente de sua enfermidade ou pecado, mas consigo compreender o tamanho do obstáculo cultural e físico que ela teve somente para tocar nas vestes do Mestre, sem mencionar nenhuma palavra sequer.
Tendo em vista esses relatos da Bíblia Sagrada podemos ver que nosso Mestre era acompanhado quase sempre por multidões que queriam receber dele algo diferente, queriam conhecer aquele sujeito que fazia milagres e que se auto intitulava, o Rei dos Judeus. Sua fama percorreu por toda aquela região e seus confins. Mas o Mestre como que numa proposta atemporal buscava e busca até hoje, não somente seguidores curiosos, ou apenas sedentos de milagres imediatos, mas discípulos, que tenham sua vida marcada por querer imita-lo, por querer cumprir sua vontade independente e inegociavelmente a qualquer valor desta vida.
O primeiro requisito que é citado no evangelho de Mateus é que para ser discípulo o candidato deve negar a si mesmo. Nesse sentido a indagação flui de modo a questionar como poderia eu, negar a mim mesmo?Vivo em mundo tão individualista, exemplo disso é quando tomo um transporte coletivo e olho a minha volta, vejo cada um com seus fones de ouvido conectados a seus MP3 ou celulares. A viagem segue, estão todos ali, para cumprir o mesmo trajeto, certamente fazem isso todos os dias juntos, mas não se conhecem. Como eu me negaria tendo tantas opções para me satisfazer, tantos shoppings centers, tantas diversidades de escolha, cada uma mais personalizada, ninguém quer ser igual a ninguém, todos querem ser vip e ter tudo na velocidade do fast-food!Como eu cidadão deste mundo moderno, poderia negar a mim mesmo diante de tudo isso? Fico a pensar que negar a si mesmo é ter uma causa maior, é conhecer uma causa maior e se sentir parte dela. Vemos que hoje em dia somos muito mais multidão que discípulos. Certa vez ,o Pastor Ed René Kivitz em um de seus bem escritos artigos, afirma que em seu auditório de todos os domingos, as pessoas não estão mais ali para saber como agradar a Deus ou como testemunhar de Seu amor , mas como membros de uma sociedade voltada para si mesma, para seus prazeres e vontades, se encontram naquele local para ouvir do Pastor uma mensagem hedonistica ensinando a viver bem nesta terra. Esperam uma mensagem que lhes forneça alguns breves passos para a conquista de algum bem ou patrimônio, ou até mesmo para multiplicá-los. Vejamos, pois, que nos encontramos nos templos para buscar nossos milagres e esquecemos do bem comunitário que é a salvação em Cristo. Para negar a si mesmo é necessário pensar no coletivo, é buscar de Deus maneiras para cuidar do seu irmão, para buscar um bem comum, dividir com o próximo o bem maior que Deus me deu, que é a vida eterna e deixar de lado a expectativa se Seu milagre vai chegar ou não. Milagre maior é a vida eterna. Sendo assim creio que negar a si mesmo seria buscar de Deus, o bem para o próximo, aniquilando minha individualidade.
O segundo requisito seria tomar a sua cruz e segui-lo. Quando Jesus diz: “Tome sua cruz” logo imaginamos novamente cada um carregando uma cruz, pois ele pronuncia Tome e não tomem. Mas aquele que quer ser discípulo de verdade entende que a cruz é uma só e quando Ele diz para cada um: Tome a sua cruz, Ele imagina todos nós carregando a cruz juntos! Amado, carregar a Cruz de Cristo é mais uma vez, uma atitude voltada para o coletivo. Mas o que seria carregar a cruz? Imagino que carregar a cruz de cristo, seria lembrar a todo o momento do sacrifício feito por mim, e se por onde eu for, eu carregar esta cruz, não só eu mas todos que me observarem verão também este sacrifício. Alguns entendem que carregar a cruz de cristo é um certo ativismo religioso. Tendo a percepção anterior como parâmetro vejo que esta é a verdadeira marca da promessa. È carregar consigo o símbolo daquilo que me salvou e me deu a vida eterna. Sendo assim, devemos juntos carregar esta marca.
O Terceiro requisito seria seguir. Verificamos neste texto que muitos seguiam a Jesus, mas não eram seus discípulos. Jesus quer que o sigamos no sentido de ser como ele, seguir seus valores que são eternos, entendendo profundamente o que ele quer de nós, buscando e desenvolvendo uma vida íntima com Deus. Seguir a Cristo, carregando sua cruz, negando a si mesmo traz a nós uma visão muito mais ampla daquilo que é o Reino de Deus. Quando temos nossa aliança com Deus firmadas nesses três pilares começamos a caminhar no sentido da obra que ele tem confiado em nossas mãos. Fazer tudo isso é nada mais que entender que precisamos estar juntos, pois um discípulo não sobrevive sozinho, precisamos multiplicar em número e em qualidade. Discípulos fazem discípulos, seguidores constroem decepcionados.

2 comentários:

  1. Poderíamos dizer que a cruz mencionada, em uma outra interpretação possível, foi dita no sentido de o discípulo assumir um caminho de morte. Segundo prerrogativas históricas da época, o réu, depois de julgado e condenado à morte, poderia ter - ainda como pena - que carregar a sua cruz até o local da execução.
    Evidentemente que, na religião católica apostólica romana, acredita-se que basta carregar consigo um crucifixo, seja na bolsa ou seja pendurado no pescoço.
    Penso que o sentido desta condicional, apresentada por Cristo aos interessados em serem seus discípulos, está muito mais relacionada à tomada de atitude INDIVIDUAL de cada pretendente. Escolher seguir a Cristo, sob esta prerrogativa, representa que suas ações e obras em prol da constituição do Reino de Deus na terra te levarão à morte. Mas que tipo de morte? Aqui no Brasil é fácil fazermos estas analogias emocionantes... mas quem se habilita para "ir resgatar as ovelhas perdidas da casa de Israel" lá no Afeganistão ou em qualquer outro país majoritariamente islâmico, tão fundamentalistas quanto nossos índios antropófagos?
    Certamente, para os discípulos que lá se encontram, esta passagem bíblica significa algo bem diferente das apropriações que temos feito por aqui, neste país majoritariamente cristão, por razões óbvias de nosso processo histórico colonizador. Afinal, "se o profeta não recebe reconhecimento em sua área", torne-se um peregrino (literalmente) como foi Cristo e IDE, tornar-se um pescador de homens depois de ter pego sua cruz e seguido-o. Mas lembre-se que as ações do Cristo verdadeiro o levaram para o Sinédrio, sozinho, pois seus "bravos" discípulos saíram fora com medo da disposição do barbudo e de suas conseqüências, é claro!
    As palavras de Cristo não mudam. Mas como parece que só somos capazes de compreendê-las em dados contextos, engessados por anos de tradição do discurso religioso estagnado nas igrejas, cabe a mim relativizar para que eu não caia nas armadilhas interpretativas que tanto critico.
    RELATIVIZAR !

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  2. Muito bom Caçula!Por isso te admiro.
    Realmente podemos relativizar tudo isto.Concordo com vc no que se refere aos engessamentos e ainda mais quando afirma que as palavras de Cristo não mudam, e são estas que quero seguir, e ser ainda melhor discípulo que aqueles caras que devo discordar, mas não fugiram todos. Naquele momento fugiram, mas logo após se tornaram mártires.
    Mas não sou e nem queros er mártir, pois creio que já não há necessidade. Nessa pós modernidade, com a tecnologia da comunicação tão avançanda, eu posso ser um "Nômade" propagador do evangelho de Jesus.
    Creio em Jesus!

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