sábado, 21 de março de 2009

Crises

"O dia não terminará sem que eu veja deus agir em meu favor"
Forte isso, não? A música que contém este verso diz coisas muito importantes para nossas vidas. Diz que podemos estar no deserto ou no vale, mas que Deus não falhará! Chego a me emocionar quando escuto, pois toca muito ao meu coração, mas para variar, não me deixo levar apenas pelo coração, meditei na letra, e fiquei um tanto quanto intrigado em relação a frase que coloquei entre aspas no início do texto.
Conheço uma pessoa que recebeu uma proposta de um excelente emprego, emprego este que mudaria suas condições de vida, sendo que a pessoa que lhe ofereceu a oportunidade lhe disse que o ligaria até o fim do dia para lhe dar a resposta. Logo este rapaz lembrou desta música, afinal tinha tudo a ver com o que ele estava passando. Sendo que a noite caiu, e o dia findou sem que seu telefone tocasse. Como assim? Eu canto isso todo domingo na minha igreja, eu todos os dias ponho esta música para tocar em meu MP3 e ainda ponho esta mesma frase no meu Orkut, como forma de declarar a minha vitória! Como assim aquele rapaz não recebeu o telefonema?
Como já disse, é intrigante, não é mesmo?
Meus queridos leitores, os meus dias, principalmente os de crise, aqueles dias mencionados na canção, onde estou no deserto e no vale, onde somente quem caminha comigo é o meu Senhor Jesus, costuma ter aproximadamente 240 horas ou mais. Não sou eu quem delimito tempo em que Deus vai agir em meu favor, pois se fosse desta maneira, pediria a Ele que meus dias de luta tivessem apenas uma fração de segundos suficientes para um piscar de olhos. Seria muito bom se eu tivesse este poder, mas graças ao meu bom Deus eu não o tenho, pois somente assim aprendo com as crises, pois Ele sabe por quais tenho que passar e otempo que vão durar e o que vou aprender. Eu não posso me ensinar aquilo que não sei, por isso me rendo a vontade de Deus quando passo pela crise, procuro enxergar como aprendizado, a Pedagogia do Senhor.
Aprendi a crer que realmente ele tem o melhor pra mim. Como assim Paulo, você é nascido e criado em berço cristão e não sabe disso? saber eu sei, mas não vivi, e sem viver, não poderiar crer. Quando creio realmente que ele é meu Senhor e que conhece a mim e meus limites muito mais profundamente que eu mesmo, eu me ENTREGO a sua vontade.
Por isso, tenho medo de afirmar o tempo em que acabará a minha crise, pois mesmo eu achando que em um certo momento do dia ele vai agir, estou pensando muito errado, pois antes que a crise chegue, ele já está agindo em meu favor!
Glória a Deus!

5 comentários:

  1. Paulinho,
    penso que o importante ao ser humano é se reencontrar com sua metade ausente ou, não manifesta. Uns fazem isso consigo, outros com suas divindades e outros, ainda, com seus cônjuges, familiares, amigos etc.

    Religare! Esta é a palavra de ordem!

    Porém, o campo de imanência comum a nós, humanos, é o equilíbrio interno. Com quem tem feito suas conexões? Teu filósofo predileto diz que devemos encontrar o Reino dos Céus (das coisas elevadas) enquanto vivos, por isso disse a respeito do Reino dos Céus na Terra: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos Céus!”... “E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus”. Mas o homem que pronunciou estas palavras, apenas as disse ou as Constituiu enquanto ainda vivo?

    Religião (no sentido etimológico) e Constituição (na acepção de Negri)!

    Constituir o Reino dos Céus na terra (as coisas elevadas, por isso a analogia com o céu), sem necessariamente estar presente em templos, é tarefa rara, pela massificação oriunda deste pseudo-cristianismo pregado e exercido nos lugares que, a priori, deveriam ser chamados apenas de "Casa de Oração". Mas quem constitui os templos evangélicos (sinagogas contemporâneas) desta forma? Quem ora de acordo com as orientações do barbudo, que foi enfático: “E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes”.

    “Não vos assemelheis, pois, a eles”.

    Quem são os novos hipócritas na pós-modernidade religiosa? Onde eles gostam de estar? Sim Paulino, nas atuais sinagogas!
    Paulinho, penso que está no caminho certo, na perspectiva do Cristo apresentado pelos Evangelhos, mas sempre estará errado aos cegos e hipócritas dos templos. Mas vá com tudo mesmo, pois era isso que fazia o barbudo, entrava nas sinagogas para resgatar os seus e estudar a bíblia e, sobretudo, criticar as práticas não condizentes com o “Pai”, coisas que penso (e vejo) que esta fazendo. Contudo, as “pedras” e o “sinédrio” estarão cada vez mais próximos de você! E já está sentindo isso, por isso está em crise! Mas não liga não pois, até Cristo pediu ao Pai que, se possível, passasse diante dele este cálice. É pressão mesmo!
    Como utilizei o Evangelho segundo Mateus para assentar este raciocínio, sugiro a você que levante uma reflexão em torno do capítulo 6 deste livro! Pode ser algo do tipo “jogo dos sete erros”, isto é, flutuando por entre os discursos e práticas dos atuais “fanáticos” pelas sinagogas. Porém, como toda boa crítica, aponte também os caminhos alternativos para além tempos, como fez o barbudo. Este sim é um bom exercício de fé, pois Cristo sempre foi um peregrino, um nômade de si em nome do Pai. Quem é o Pai? As coisas lá do alto, acima desta mediocridade, superficialidade, ignorância e a falta de misericórdia constituída por todos nós neste mundo comum em que vivemos, pois pra Cristo mais vale a Misericórdia que o Sacrifício, não foi isso que ele ensinou? Afinal, a omissão de suas palavras também gera a Constituição de outros campos existenciais, de outra natureza (a financeira, será?), bem distante do anunciado pelo Cristo dos evangelhos. Mas vá em frente, pois apoio sua iniciativa e sabe disso!

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  2. Moraes,
    Como sempre, bem colocada sua crítica. Conversava com Ferreira hoje e falamos sobre as linhas de fuga Deleuzianas...e são nelas que tenho que me refugiar para resistir. É bom ter amigos que nos conhecem até pelos textos que redigimos.
    Fique na paz
    P.S. A Biblioteca do IFCS está excelente!!

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  4. nossa esse é profundo e confesso que me identifiquei! Ainda estou refletindo sobre o que li....mas uma coisa me chamou a atenção...aceitar que o nosso tempo não é o de Deus, é muito fácil quando não estamos buscando respostas para as nossas crises, mas quando tudo parece estar dando errado, essa frase acaba sendo esquecida....aprendi que vida com Deus, não me isenta do sofrimento, me causa um certo medo quando penso que minhas crises podem demorar muito mais do que eu gostaria, mas quando lembro que em todos os momentos sinto Deus agindo em meu favor, mesmo permitindo tantas coisas, consigo sentir a paz que excede todo o entendimento, até mesmo nesses momentos difíceis. Por isso, mesmo que o "dia" signifique meses ou anos, sinto paz, pois Ele sempre agirá em meu favor!

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  5. Tathiana, escrevi este texto basado em minhas crises.Crises que você conhece bem. Neste periodo meus dias pareciam longos, mais longos que os dias de inverno, cujas noites são mais longas queo o dia. Finalmente aquilo que eu tanto buscava aconteceu. Será que o meu tempo aconteceu ou o tempo de Deus?
    Na verdade busco viver o tempo de Deus e entender que todo o tempo é dele.

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